Muito antes do Silvio Santos começar a assistir Netflix, eu
já era viciada em seriados que o próprio SBT transmitia (e ainda transmite com
umas mensagens subliminares da Jequiti). A minha paixão pelo irmão da Blosson,
minha desenvoltura até hoje para fazer a dança do Carlton de Um Maluco no
Pedaço, imitar o “que papo é esse?” do Arnold ou mesmo ficar repetindo as
clássicas frases do Chaves, eu devo tudo ao Sílvio.
Mais do que amar acompanhar série, às vezes sinto que vivo
em uma. Tipo The Truman Show, sabe? Sempre espero o momento em que vão me
contar que esse roteiro de novela mexicana e todas as bizarrices que acontecem
na minha vida são só para dar mais audiência.
Além disso, eu me envolvo muito com as histórias e com os
personagens. Mas será que só eu sou assim? Quem nunca se sentiu amigo do elenco
de Friends? Sempre que vejo algo da Ralph Lauren, lembro da Rachel, por
exemplo. Ou quando alguém pede um pouco da minha comida, da clássica frase “Joey
doesn’t share food”.
The Following, Homeland, True Detective, Dexter e outras do
gênero, instigam minha super vontade de ser do FBI ou da CIA. Aliás, pra mim qualquer
pessoa pode ser um psicopata. E acho que sei os planos certos pro crime
perfeito.
E quem me prova que nós não perdemos a memória e somos, na
verdade, de outro reino, como em Once Upon a Time? As coincidências que vivem
acontecendo e essa coisa de até as pessoas mais improváveis se conhecerem, só faz
sentido se essa for a explicação.
Abro um sorrisinho sempre que vejo um guarda-chuva amarelo.
A série que mais me identifico com os personagens, com certeza, é How I Met
Your Mother. Aprendi uma forma mais "legendary" de viver a partir das lições de Barney
Stinson. Pensar menos, agir mais por vontade própria e colecionar uma série de
histórias engraçadas para contar (ou não). Robin Scherbatsky e eu somos,
praticamente, a mesma pessoa. Jornalista, com um jeito nada mulherzinha de ser,
que sabe a escalação do time (no caso dela, de hóquei) do campeonato de sei lá
eu que ano e com grandes dificuldades de expressar os sentimentos, mas que, no
fundo, é super sentimental. Mas, quem sabe, eu seja mesmo parecida com Ted
Mosby, uma eterna sonhadora e que não perde as esperanças de que tudo vai dar
certo.
É inevitável. Não importa o seriado, sempre acho algum
pedacinho da minha vida nele. Grey’s Anatomy, Sex and the City, Orange Is The New Black, Orphan Black ou,
até mesmo, Três É Demais. Amo séries porque é possível se tornar mais nostálgico,
pensar na vida, ter momentos sem nenhuma preocupação, dar risada, emocionar-se,
envolver-se, aprender, viajar sem sair do lugar e aventurar-se na própria
imaginação.
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